terça-feira, 4 de dezembro de 2012

E aí, Universo? NGC 6357

Crédito:HST/NASA/ESA.
Olá vigias! O objeto acima, devidamente catalogado por NGC 6357 está formando algumas das estrelas mais massivas descobertas até hoje. NGC 6357 também abriga os cachos denominados "Pismis 24", que preenchem o campo com estrelas brilhantes e azuis. 

Notem que a região formadora de estrelas é avermelhada, isso nada mais é do que o resultado de uma emissão de gás hidrogênio ionizado. A nebulosa mostrada na foto acima tem um complexo de gás, poeira escura e estrelas em formação (protoestrelas) e estrelas recém nascidas. Esses padrões são causados por interações entre ventos interestelares, pressões de radiação, campos magnéticos e a própria gravidade. 

NGC 6357 possui aproximadamente 400 anos-luz e está a 8 000 anos-luz da constelação de Escorpião.


O próximo post será a respeito dos tipos de nebulosas. Até a próxima!

domingo, 22 de julho de 2012

E Aí, Universo? - Urano


Na História, Urano é uma antiga divindade grega dos céus, o primeiro deus supremo. Foi o filho e marido de Gaia, o pai de Cronos (Saturno), dos Ciclopes e dos Titãs (predecessores dos deuses do Olimpo).

Astronomicamente falando, à olho nu, Urano é um planeta bastante inexpressivo. No entanto, imagens realçadas mostram distintas mudanças sazonais em sua atmosfera à medida em que progride em torno do Sol. Na verdade, há uma intensa batalha em curso sobre os pólos de Urano e o pólo norte! Ou a sua inclinação axial é um pouco mais de 90 graus e sua rotação é direta, ou é um pouco menos de 90 graus e sua rotação é retrógrada.

O campo magnético de Urano não é centralizado. Está inclinado 60 graus em relação ao eixo de rotação e isso provavelmente é gerado pelo movimento com pouca profundidade dentro dele.

Urano foi visitado por apenas uma espaçonave, a Voyager 2 em 22 de janeiro de 1986.
A atmosfera de Urano é composta por 83% de hidrogênio, 15% de hélio e 2% de metano. Sua coloração azul é o resultado da absorção de luz vermelha pelo metano na camada mais externa da atmosfera. Poderiam existir partes coloridas como Júpiter, mas elas estão escondidas da visão pela camada de metano que o envolve.

A Voyager 2 descobriu dez luas pequenas além das cinco grandes já conhecidas. É bem provável que existam vários satélites menores entre os anéis.

Suas luas são: Cordelia, Ophelia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalind, Puck, Miranda, Ariel, Umbriel, Titania, Oberon, Caliban, Stephano, Sycorax, Prospero e Setebos.

sábado, 21 de julho de 2012

E aí, Universo? - Algol.


Algol em árabe significa "O demônio", nome dado à estrela que, na constelação de Perseu, caracteriza a cabeça da Medusa que foi utilizada para transformar Cetus em pedra e salvar Andrômeda.
Por muitas eras foi considerada um sinal de má sorte, quando na verdade, uma estrela algólica é uma binária eclipsante ou espectroscópica, ou seja, uma estrela binária cujo plano de órbita estelar se aproxima linearmente da visão do observador, fazendo com que seu brilho diminua em 50% e o recupere depois de uma fração de tempo.
 

Na imagem acima, encontram-se Alfa persei (gigante vermelha) e Beta persei (em azul).

terça-feira, 26 de junho de 2012

E aí, Universo? - A Lua (Parte II)



O que causa o fenômeno das fases da Lua?

Agora sabemos que a Lua gira em torno da Terra em aproximadamente 27,3 dias. Isto é, essa medida é em relação às estrelas, o que chamamos de período sideral ou orbital. Apesar disso, devido ao movimento de translação da Terra, um ciclo lunar completo (Lua nova a Lua nova) aparece para nós, observadores terrestres, a cada 29,5305822 dias para ser exato. Este número é chamado de período sinódico ou “lunação” e é relativo ao Sol.

Então, a Lua fica iluminada pela metade em relação à nós quando está de frente para o Sol (exceto em eclipses lunares, quando a Lua passa pela sombra Terrestre). Quando a Lua e o Sol estão em lados opostos em relação à Terra, ela aparece como um disco brilhante e parece cheia em relação ao nosso campo de visão. Já a Lua fica "nova" ou escura, quando encontra-se entre a Terra e o Sol. E então, a superfície lunar parece crescer para um estado completo e depois vai diminuindo para a próxima Lua nova. 

Por muito tempo este ciclo ficou conhecido como um dos importantes marcadores de tempo, além de auxiliar no plantio e na observação do céu noturno...

domingo, 24 de junho de 2012

E aí, Universo? - A Lua (Parte I)


Olá Vigias! Em comemoração ao novo item desse blog, o calendário lunar que fica ao lado dos posts e logo abaixo do diário de observações, preparei um conjunto de posts especiais sobre a Lua e principalmente, as fases lunares.

A Lua é o satélite natural da Terra, conhecida desde os tempos pré-históricos. Depois do Sol, é o mais brilhante objeto no céu. Sabemos que a Lua orbita em torno da Terra uma vez por mês, em aproximadamente 27,3 dias. No entanto, nós observadores terrestres acompanhamos esse ciclo lunar durante 29,5305582 dias (aproximadamente 709 horas), o que torna possível identificar suas diferentes fases ao mesmo tempo em que a Terra move-se em uma distância significativa ao redor do Sol...

Antes de mais nada, quais são as fases da Lua? Por quem ela já foi visitada? Qual é a relação da Lua com o nosso planeta Terra? Essas e outras questões serão respondidas nos posts que se seguem. Apreciem!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

E aí, Universo? NGC 6369

Crédito: Hubble Heritage Team, NASA

A imagem acima, catalogada como NGC 6369, foi descoberta no século 18 pelo astrônomo William Herschel, quando ele usou um telescópio para explorar as entranhas da constelação Ophiucus. Em forma de círculo, essa nebulosa planetária é fraca e por isso adquiriu o apelido de "Nebulosa Fantasminha". 

Bom, geralmente as nebulosas planetárias não são totalmente relacionadas a planetas, mas são criadas no final de um sol. Como vimos, uma estrela se comprime e expande no processo de sua sequência principal (relembre aqui). Quando surge uma anã branca, ela irradia fortes comprimentos de onda, iluminando seus remanescentes. 

Alguns detalhes surpreendentemente complexos das estruturas de NGC 6369 foram revelados nessa imagem acima, fotografada pelo Telescópio Espacial Hubble. A estrutura da nebulosa principal é de cerca de um anos-luz de diâmetro, composta de oxigênio ionizado, hidrogênio e átomos de hidrogênio, que formam as cores azul, verde e vermelha, respectivamente. 

A mais de 2.000 anos-luz de distância, a Nebulosa Fantasminha oferece uma projeção do que poderia acontecer ao nosso Sol, que pode produzir sua própria nebulosa planetária apenas a cerca de 5 bilhões de anos a partir de agora.

sexta-feira, 23 de março de 2012

E aí, Universo? Perseu e a Medusa



Olá, vigias! Vocês já devem ter ouvido falar sobre o Mito de Perseu, certo? Se não, vamos explicar esse mito com calma. Então, sabemos que Zeus era um amante insaciável de mulheres e que tinha caso com outras deusas e humanas, certo? Perseu era filho de Zeus e Danae (a filha de Acrísio de Argos). Após saber de uma profecia, em que seria morto pelo próprio neto, Acrísio, num surto de fúria, atirou sua filha e seu neto no mar, aprisionados numa caixa.

Perseu cresceu como um jovem corajoso na ilha de Seriphus, onde a caixa atracou depois da deriva. O rei Polidectes de Seriphus se apaixonou pela mãe de Perseu, Danae, que ainda era muito bonita e há muito queria raptá-la para si. Perseu manteve-se sempre ao seu lado, como um fiel servo mas o Rei, tentando enganar o jovem para poder raptar a mãe dele, mandou que ele obtivesse a cabeça da Medusa que vivia entre as Górgonas. (Górgonas eram relatadas como criaturas aladas do sexo feminino com cabelo composto por cobras. Suas cabeças tinham o poder de transformar todos os que as olhavam em pedras).

Perseu foi ajudado por Hermes (Mensageiro) e Atena (deusa da sabedoria, das artes úteis, da guerra prudente e da fertilidade), e pressionou Graiae (as irmãs das Górgonas que compartilhavam um olho e um dente) para ajudá-lo também.

Então ele aproveitou esses itens e se recusou a devolvê-los até que lhes dessem sandálias aladas (permitia voar), o capacete de Hades (invisibilidade), uma foice (com a qual decapitaria a medusa) e um saco, para esconder a cabeça.

Medusa transformou todos os que se aproximavam dela em pedra e Perseu sorrateiramente aproximou-se dela enquanto dormia, guiando-se pelo reflexo de seu escudo. Quando a Medusa acordou, atordoada por ver seu reflexo no escudo, Perseu aproveitou a oportunidade para decapitá-la. E com isso, a partir do sangue da Medusa, brotou o cavalo alado Pégaso.

Depois de salvar Andrômeda, Perseu voltou para Seriphus e salvou a sua mãe do rei Polidectes, usando a cabeça da Medusa. Mais tarde, Perseu deu a cabeça da Medusa para Atena, devolveu as sandálias aladas, o capacete de Hades e a foice para Hermes. Ele levou sua mãe de volta para seus nativos Argos, onde Perseu acidentalmente atingiu Acrisius num torneio de lançamento de discos, cumprindo assim a profecia de que mataria o seu avô.

Essa história serve para entender mais ou menos o porquê da nomenclatura dessa constelação. Ela representa Perseu segurando a cabeça da medusa, que muda o seu brilho. Os antigos povos árabes achavam isso assustador, por isso denominaram essa estrela de Algol, que significa “o demônio estrela”. Algol é Beta Persei, a mais famosa das variáveis estrelas eclipsantes.

Por essa constelação ser muito rica, daremos início a uma pequena maratona para aprender mais sobre os objetos contidos em Perseu, entre eles Messier 34, Nebulosa Dumbbell Little (Messier 76), NGC 1499 e NGC 1333. Apreciem, até a próxima!

sexta-feira, 9 de março de 2012

E aí, Universo? IC 10 ou a Galáxia Starburst


 Crédito da Imagem e Copyright: Dietmar Hager, Torsten Grossmann

IC 10 é uma galáxia irregular ao norte da constelação Cassiopeia. Foi descoberta primeiramente por Lewis Swift em 1887, mas Nicholas U. Mayall foi o primeiro a sugerir, em 1935, que o objeto era extragaláctico (não pertencia à Via Láctea). Apesar de sua proximidade, a galáxia é bastante difícil de se estudar porque fica perto do plano da Via Láctea e, portanto, é fortemente obscurecida pela matéria interestelar.

Apesar de sua luz ser esmaecida pela intervenção de poeira, a galáxia anã irregular ainda apresenta vigorosas regiões de formação estelar que brilham com uma coloração avermelhada na imagem acima.
Na verdade, IC 10 pertence ao nosso Grupo Local de galáxias e é a mais conhecida galáxia do tipo "Starburst".

Também apresenta grande população de estrelas recém-formadas e muito mais estrelas Wolf-Rayet por metro quadrado kiloparsec (5,1 estrelas / ² kpc) do que a Grande Nuvem de Magalhães (2,0 estrelas / ² kpc) ou a Pequena Nuvem de Magalhães (0,9 estrelas / ² kpc). IC 10 inclui uma luminosa de raios-X num sistema binário estelar que atualmente suspeita-se conter um buraco negro.

terça-feira, 6 de março de 2012

E aí, Universo? NGC 6946


 (Composite Image Data - Subaru Telescope (NAOJ) and Robert Gendler; Processing - Robert Gendler)

NGC 6946 é uma galáxia espiral, localizada a cerca de dez milhões de anos-luz de distância na direção da constelação do Cepheus.

Descoberta por William Herschel em 7 de setembro de 1798, NGC 6946 está ligeiramente obscurecida pela matéria interestelar da Via Láctea.

Do nosso ponto de vista, vemos NGC 6946 de frente. Do centro para fora, as cores da galáxia mudam do centro para fora,  a partir dos tons amarelados de estrelas velhas  para jovens aglomerados de estrelas azuis e estrelas avermelhadas formam-se ao longo dos braços espirais, soltas, fragmentadas.

NGC 6946 também é brilhante em luz infravermelha e rica em gás e poeira, exibindo um nascimento de estrelas e alta taxa de mortalidade. De fato, desde o início do século, vinte supernovas de pelo o menos 9 anos de explosões e morte de estrelas massivas, foram descobertas nessa galáxia.

Com cerca de 40000 anos-luz de diâmetro, NGC 6946, também é conhecida como a Galáxia de Fogos de Artifício (Galaxy Fireworks).  Essa imagem é uma composição que incluem dados de imagem de 8,2 metros da Subaru Telescope em Mauna Kea.

quinta-feira, 1 de março de 2012

E aí, Universo? Através do centro de Centaurus A

Crédito da Imagem: NASA, ESA, and the Hubble Heritage (STScI/AURA) - ESA/Hubble Collaboration; Acknowledgement: R. O'Connell (U. Virginia)

Olá vigias! Hoje faremos uma pequena viagem através da quinta galáxia mais brilhantes de nosso céu. 

Conhecida como Centaurus A, a NGC 5128 é uma galáxia lenticular (quando uma galáxia está, segundo a classificação Hubble, no intermédio de uma galáxia elíptica e espiral).

Essa galáxia foi descoberta em 1826 por James Dunlop e está, necessariamente, a 14 milhões de anos-luz da constelação de Centauro. É uma mistura de jovens aglomerados de estrelas azuis, nuvens de gás brilhantes e densas partículas de poeira em sua região central. Essa imagem foi tirada pelo telescópio Hubble e foi processada para apresentar um quadro de cor natural nesse turbilhão cósmico.

As imagens infravermelhas do Hubble mostraram também que existe no centro dessa galáxia em atividade, algo semelhante a discos de matéria em espiral num buraco negro, com um bilhão de vezes a massa do Sol. Centaurus A em sí é, aparentemente, o resultado de uma colisão entre duas galáxias. À esquerda, temos detritos que estão sendo consumidos pelo buraco negro.

Os astrônomos acreditam que os motores desse buraco negro geram o rádio e os raios-X e raios gama da energia irradiada pelo Centaurus A e outras galáxias ativas. Para uma galáxia ativa, Centaurus A é perto, mais ou menos uns 10 bilhões de anos-luz de distância e é uma fonte conveniente para explorar essas potentes fontes de energia!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Projeto Espacial Brasileiro – parte 1


VLS 1 (Veículo Lançador de Satélites)
 
Bem, este é o primeiro de uma série de artigos que resolvi escrever sobre um assunto pouco explorado e difundido, tanto no meio acadêmico quanto na imprensa de nosso país. Estou falando do Projeto Espacial Brasileiro.

Realmente é um pouco estranho se falar de projeto espacial em um país onde grande parte de sua população ainda passa por dificuldades para conseguir se alimentar, onde 28,8%* de seu povo vive em pobreza absoluta. O Brasil é uma nação que ainda possui altos índices de analfabetismo e que apresenta baixíssimos índices de desenvolvimento humano com taxas de mortalidade infantil de fazer vergonha.

Mas, mesmo tendo todos esses problemas em maior escala de importância e urgência para serem tratados, é importante também que o Brasil possua um projeto de exploração espacial. Claro que é absurdo se pensar em um projeto de exploração espacial nos moldes dos projetos americano e russo, na realidade até mesmo esses países vem diminuindo consideravelmente os recursos para seus projetos, tendo em vista o fim da Guerra Fria e da corrida espacial.

Num mundo globalizado como o de hoje, as necessidades para uma exploração espacial são sustentadas por questões econômicas e não mais por necessidades militares. É economicamente interessante que o Brasil possua tecnologia espacial. Nosso país está tentando entrar em um setor da economia ainda restrito a um pequeno grupo de nações. Possuir tecnologia para o lançamento de satélites geoestacionários e de telecomunicações é hoje o foco principal do Projeto Espacial Brasileiro encabeçado pela AEB (Agência Espacial Brasileira) com a participação da FAB (Força Aérea Brasileira), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e de outras instituições ligadas a área de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia, como universidades e faculdades.

Países em desenvolvimento como Rússia, China e Índia já possuem esta tecnologia e lucram economicamente com a exploração deste tipo de serviço. O Brasil tem potencial para ser uma alternativa economicamente interessante no lançamento de satélites, caso venha a dominar esta tecnologia, por possuir uma grande extensão territorial e boa localização geográfica.

Cabe ao governo brasileiro a persistência pela busca deste conhecimento. Este processo desencadeará um ciclo virtuoso que, assim como aconteceu em outros países, ajudará, com o desenvolvimento tecnológico que tal atividade desencadeia, - aumentando e incentivando a produção científica, criando centros de excelência na formação de profissionais em tecnologia - toda a indústria nacional a tornar-se cada vez mais competitiva e atraente também na produção de bens de alta tecnologia e valor agregado.

* Índice divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Reconhecimento de constelações.



Quando se fala em observar o céu, imagina-se que ficaremos olhando milhares de pontinhos cintilantes e estáticos que aparentemente não formam nenhuma ligação entre si. Aos que pensam assim, é importante lembrar que existe um sentido nas estrelas que preenchem nosso campo noturno de visão.

Desde tempos remotos, as civilizações observam o céu (para se orientar e principalmente por gostarem da imensidão celeste) e nas estrelas projetavam seu cotidiano. Astronomicamente, um grupo de estrelas é caracterizado por "constelação" (qualquer conjunto de estrelas pode ser chamado de constelação, no dicionário).

Em termos comuns, uma Constelação é um grupo de estrelas que aparecem próximas umas das outras no céu e quando são ligadas formam objetos, seres mitológicos ou animais de espécies distintas. Nessas constelações podemos encontrar diferentes objetos inclusos na mesma região, mesmo sem qualquer ligação astrofísica com outro objeto ou estrela da constelação.

Existem 88 constelações, sendo que se subdividem em Boreais, Austrais, Zodiacais e Equatoriais. Essas denominações fazem parte do local em que elas estão: Hemisfério norte, Hemisfério Sul, próximas aos limites entre Hemisfério Sul e Norte e Equador, respectivamente. 

Algumas das constelações boreais são: Andrômeda, Áries, Cisne, Dragão, Perseu e Ursa Maior. Já entre as austrais estão: Centauro, Cruzeiro do Sul, Lagarto e Sagitário. São visíveis na altura da linha do equador celeste, entre outras: Baleia, Peixes, Capricórnio e Orion.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL

(Nebulosa de Orion, remanescente de supernova)

Como o mecanismo do colapso estelar em supernovas não é suficientemente compreendido, ainda não se sabe se é possível uma estrela colapsar diretamente para um buraco negro sem produzir uma supernova, ou se algumas supernovas inicialmente formam estrelas de nêutrons instáveis, que depois colapsam em buracos negros; também não se sabe a relação exata entre a massa inicial da estrela e a do objeto remanescente.

A solução dessas incertezas requer a análise de outras supernovas e remanescentes de supernovas e isso apenas é uma questão de tempo.

Com isso, terminamos a maratona sobre evolução estelar, e em breve darei início à maratona de identificação das principais constelações do céu de nosso Hemisfério Sul. Espero que continuem apreciando o blog!

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 4


A última forma, e em geral a que todos temem, é de um buraco negro. Mas ele só ocorre se a massa da estrela é alta o suficiente para que a pressão de degeneração de nêutrons não seja forte a ponto de deixar o colapso abaixo do raio de Schwarzschild. ( rs = 2Gm/c²)

Quando a pressão não permite que o colapso fique abaixo do raio, a estrela se torna então um buraco negro. Infelizmente, a masas para que ocorra esse tipo de consequência ainda são desconhecidas, e estima-se que (é apenas suposição) fique entre 2x a 3x a massa do Sol.

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 3


A segunda forma, seria de uma Estrela de nêutrons. Essa estrela funciona basicamente assim: um núcleo estelar colapsa e a pressão provoca uma captura eletrônica que converte a grande maioria de prótons em nêutrons. 

Isso significa que as forças eletromagnéticas que mantêm os núcleos diferenciados são eliminados (diretamente proporcional ao tamanho: se o núcleo for do tamanho de um grão de poeira, o átomo deveria ser do tamanho de um estádio de futebol) e o núcleo se torna uma densa bola de nêutrons, às vezes envolto  principalmente numa camada de ferro, a menos que mais elementos se juntem à estrela posteriormente.

(continua)

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 2



A primeira forma seria de uma anã branca ou negra, que é um objeto resultante do processo evolutivo de estrelas de até 10x a massa do Sol. Em outras palavras, isso corresponde a cerca de 98% de todas as estrelas existentes (e vizinhas) que se tornarão anãs brancas, mas apenas 6% das estrelas vizinhas ao Sol já são anãs brancas.  

Estrelas de até 10x a massa do Sol não são massivas o suficiente para que a temperatura interna seja capaz de sustentar a transformação de fusão de carbonos nas reações de nucleossíntese. Depois de se tornar uma gigante vermelha durante a fase de queima nuclear (de He/H), elas expulsarão sua camada externa, formando uma nebulosa planetária  e deixando para trás um núcleo composto basicamente de carbono e oxigênio.

(continua)

E aí, Universo? Evolução Estelar - FINAL 1



Olá Vigias! Depois de uma maratona de bilhares de anos, finalmente chegamos nos estágios finais de uma estrela.  A fim de revisão, sabemos que o choque intenso entre partículas, sob condições externas favoráveis (pressão provocada por outro objeto ou uma nebulosa) proporciona o surgimento de uma "protoestrela", estágio de feto de uma estrela.

Quando a protoestrela forma em seu núcleo plasma suficiente para que a estrela possa se sustentar em sua sequência principal, dizemos que a estrela finalmente deixou seu estágio de "feto" e se tornou uma estrela.

A partir daí, fundindo hidrogênio em hélio em seu núcleo, contraindo e expandindo, aumentando e diminuindo suas pressões térmicas e gravitacionais, uma estrela expande tanto, mas tanto, que a sua temperatura começa a esfriar, por seu diâmetro ser grande demais para que o núcleo sustente essa estrutura. Quando a estrela expande e esfria, dizemos que ela se tornou uma gigante vermelha.

Chega um ponto em que o núcleo dessa gigante sofre um colapso. Depois que uma estrela consumir todo o seu estoque de combustível, os seus remanescentes podem tomar uma de três formas, dependendo da sua massa durante sua vida.

(continua)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar - Parte V


Olá Vigias! 

Nesse imenso universo, como já sabemos, o crescente choque de partículas atômicas, somado com ideais condições de pressão externa, resultam na formação de uma menor manifestação energética (um objeto esférico) catalogado como "protoestrela". Quando o interior desse objeto possuir uma quantidade considerável de plasma (fusão de partículas menores em partículas maiores), podemos dizer que a estrela "nasceu" e que terá combustível suficiente para viver em sua sequência principal. (Quem não leu a segunda parte do post anterior, agora terá que ler de qualquer jeito rsrs).

Hoje daremos início à maratona de morte de uma estrela. Nessa etapa, após um certo tempo na sequência principal, a fusão de hidrogênio em hélio (com a liberação de energia), é o combustível necessário para que o interior estelar se mantenha com uma pressão térmica capaz de equilibrar a pressão gravitacional causada pela massa da estrela.

(Quando ocorre uma diminuição na taxa de produção de energia, a estrela dá início a um processo de esfriamento, que desencadeia uma diminuição também da pressão e a contração de sua massa. Com isso, o interior da estrela mantém-se aquecido, favorecendo o aumento novamente de sua temperatura e de sua pressão térmica, expandindo a estrela.)

Esse balanço entre pressão gravitacional (contração) e pressão térmica (expansão) é que mantém o equilíbrio da estrela. Quando esgota o hidrogênio de seu núcleo, a fusão transfere-se para camadas mais externas, procurando sempre manter esse equilíbrio. 

Dessa forma, quando o processo de fusão estiver bem próximo da superfície, essa pressão térmica pode ser tão violenta a ponto de ser maior do que a pressão gravitacional (responsável pela contração e aquecimento interno) que a estrela se expande indiscriminadamente, ao mesmo tempo, esfriando os gases nas camadas mais superiores.

Podemos dizer então que não há mais jeito, essa estrela, a partir daí, se tornou uma estrela gigante e fria, de coloração avermelhada. (Então, essa estrela recebe o nome de Gigante Vermelha)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar - Parte IV

(T de Touros, primeira estrela catalogada como tipo T Tauri)

Olá, vigias!


Já sabemos que o universo é grande, muito grande. E que no universo, existem infinitas partículas atômicas dispersas em sua extensão. Também sabemos que, quando ocorre um intenso choque entre essas partículas (sob condições favoráveis de pressão externa) ocorre a formação de uma menor manifestação energética (um objeto esférico) denominado "protoestrela". Através de inúmeros processos de fusão nuclear (transformando partículas menores em maiores, originando o plasma), podemos dizer que a estrela "nasceu".


Após esse estágio de formação, denominamos de Estrela Jovem aquela que durante as fases iniciais da vida de uma estrela, ela permanece contraindo e emitindo luz, podendo perder parte de sua massa. A maior parte das estrelas jovens passam por um estágio chamado T Tauri, que caracteriza o estágio pré-adulto. (É atribuído esse nome porque vem da primeira estrela em que tal fato foi descoberto, a estrela T da constelação de Touro). Nessa fase, a estrela ainda encontra-se parcialmente na mesma nuvem de gás que lhe deu origem.

 


Se quiser, você pode parar de ler aqui. Mas gostaria de avisar que o que tem escrito aqui embaixo é importante, até porque deu trabalho escrever e nunca é demais saber de mais alguma coisa construtiva (que vai ser de fundamental importância para darmos início aos processos de morte das estrelas).
 




Para os que costumam desistir antes de chegar ao fim, até o próximo post!
 








 


Para os que continuarão lendo, divirtam-se!! (rsrs)


É importante saber que quando uma estrela jovem entra em estado de equilíbrio (onde seu diâmetro fica praticamente constante) é que podemos dizer que ela entrou na fase adulta de sua vida. Basicamente esse período de equilibrio é conhecido como Sequência Principal. Nesse estágio a estrela passará a maior parte de sua vida adulta e só vai sair quando não houver mais reação de fusão nuclear transformando hidrogênio em hélio no seu interior.

A questão do tempo em que a estrela permanecerá na Sequência Principal depende da massa da estrela (quanto maior for a massa, menos tempo a estrela fica nessa fase). Estrelas de pequena massa ficam na Sequência Principal por períodos muito longos, podendo chegar além de 20 bilhões de anos.

Atualmente, os astrônomos sugerem que o Sol já se encontra na Sequência Principal a aproximadamente 4,5 bilhões de anos e que permanecerá por mais tanto tempo. A idade estimada do Sol, obtida por meio dos modelos evolutivos de estrelas, coincide com estimativas de sua idade baseaas por outros meios de geocronologia existentes (isso significa que daqui a 4,5 bilhões de anos o Sol iniciará o seu estágio de falecimento).

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E aí, universo? Evolução Estelar? - Parte III ponto 1



Então, com a alta temperatura, esses prótons apresentam um movimento muito intenso. Ainda pode ocorrer algum choque, apesar da enorme energia de repulsão, sendo que a velocidade desses prótons pode ser tão grande que eles sofrem um choque perfeitamente inelástico. Quando esses prótons se fundem, ocorreu uma fusão nuclear. É aí que começam as reações de fusão no interior da protoestrela e quando dizemos que nasceu uma estrela.

Resumindo, uma estrela é um corpo gasoso, cujo interior está ocorrendo reações de fusão nuclear que transformam elementos químicos de peso atômico menor em elementos de peso atômico maior. 

Mais resumidamente, costuma-se dizer que está havendo a passagem de elementos químicos mais leves para mais pesados. Hoje temos a noção de que essa fusão de elementos químicos mais leves para mais pesados, se dá com a liberação de energia. A fusão nuclear, então, é a fonte de energia das estrelas.

Enquanto houver combustível nuclear no interior da estrela que possa ser convertido num elemento mais pesado com a liberação de energia, a estrela permanecerá viva. 

Até a próxima, Vigias! 


E aí, Universo? Evolução Estelar - Parte III



Até agora, temos a noção de que um intenso choque entre partículas e a atuação gravitacional de uma nuvem de gás e poeira (ou de outros objetos em volta), são condições favoráveis para o surgimento de um objeto esférico, com menor manifestação de energia, denominado “protoestrela”.

Quando a parte central da protoestrela fica quente o suficiente, iniciam-se os processos mais severos de fusão nuclear, que produzem a energia necessária para que a estrela se sustente. Mais precisamente, esses processos de fusão envolvem 4 núcleos de hidrogênio que se fundem, para formar um núcleo de Hélio. Enquanto o Hidrogênio tem apenas 1 próton em seu núcleo, o Hélio possui 2 prótons e 2 nêutrons,  sendo que a massa do núcleo formado é um pouco menor que a soma das massas dos 4 núcleos utilizados.

Simplificando (para quem se perdeu em “fusão nuclear” rsrs) o que acontece é que, depois que uma protoestrela se forma, ela continua a se concentrar e encolher. Nessa concentração, a temperatura interna aumenta a ponto de ionizar os átomos existentes, retirando os elétrons que giram em torno do núcleo atômico. Aí então o interior da protoestrela passa a ser constituído não mais de átomos, e sim de plasma (mistura de prótons e elétrons, ou o quarto estado físico da matéria).

(Continua)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar – Parte II



Olá Vigias! Como segundo post, vamos falar do estágio inicial de formação de uma estrela.  Hoje em dia, os astrônomos sugerem que as estrelas nascem de uma concentração de matéria oriunda de nuvens de gás e poeira (nebulosas de formação) ou berçários de estrelas. 

Mas como essas concentrações ocorrem? Na verdade, esse fenômeno é movido por forças gravitacionais que atuam entre cada uma das partículas dessa nuvem por influência externa, que pode ser de outras nuvens, estrelas próximas, etc. Com isso, uma energia é gerada, causando o aquecimento da matéria que por sua vez provocará a emissão de radiação do objeto. 

Esse aquecimento nada mais é do que o crescente e intenso número de choques entre essas partículas. Esses choques aquecem a nuvem, que começa a emitir luz e energia. As partículas da nuvem procuram atingir sua distribuição de menor energia (nesse caso, a menor manifestação energética é a forma esférica) Dessa forma, a nuvem procura se reformatar na forma esférica. Muitas vezes, a própria nuvem se fragmenta em diversas configurações esféricas.

Portanto esse objeto esférico é catalogado como uma “protoestrela”, mas não é uma estrela propriamente dita. Ainda está em estágio de feto para a formação de uma estrela jovem. No próximo post, veremos de onde vem essa energia estelar e a formação de uma estrela jovem, estágio pós-protoestrela.

Até a próxima! :)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

E aí, Universo? Evolução Estelar – Parte I



Olá vigias! Como primeiro post do ano (quase no final de janeiro kkk), gostaria de dedicá-lo a uma maratona sobre a evolução estelar, a fim de relatar o estágio de vida e morte de uma estrela.

Antes de tudo, é preciso ter em mente que apesar de longo, o estágio de vida de uma estrela é limitado. Mesmo para uma estrela, ser nova é passar por estágios intensos de mutações e instabilidades. Nesse período, ela sofrerá variações de massa, diâmetro e temperatura.

Desse modo, Vigias, em ordem de massas crescentes, podemos classificar as estrelas em “pesos” pena, leve, médio e pesado.

Em cada fase de suas vidas, as estrelas apresentam comportamentos diferentes. Como a massa é o parâmetro mais importante na evolução estelar, iremos ver no decorrer dos posts a:
  • Vida e morte de estrelas “peso” pena (corpo com massa menor que 0,08 massas solares);
  • Vida e morte de estrelas “peso” leve (estrela com massa entre 0,08 e 4 massas solares);
  • Vida e morte de estrelas “peso” médio (estrela com massa entre 4 e 8 massas solares);
  • Vida e morte de estrelas “peso” pesado (estrela com massa acima de 8 massas solares).

Tomem por nota pessoal, Vigias: Apesar de utilizado o nome "peso", esse termo não apresenta nenhum valor real.

Até o próximo post!